terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Razões para trabalhar no feriado

Para quem é jornalista, a palavra feriado não faz o menor sentido. As redações funcionam normalmente, já que a notícia não escolhe dia, nem hora para acontecer. Aliás, são em datas comemorativas, como o carnaval, que surgem várias pautas. Nesta época, as matérias são sempre as mesmas: expectativas de venda no comércio, preparação das escolas de samba para os desfiles, bailes em clubes, alertas para o excesso de bebidas, movimentação nas estradas para quem vai viajar, fluxo de pessoas nas prainhas da região, a importância do sexo seguro, entre outras.

São matérias batidas, mas que não perdem a importância. Isso sem contar os factuais que acontecem. Em geral, são sempre na área policial. Por isso, as redações não podem ficar vazias. Algumas pessoas até criticam o excesso de reportagens sobre o mesmo tema. Mas não é corpo mole dos jornalistas não! É que tudo, absolutamente tudo, gira em torno de um mesmo assunto. É praticamente impossível marcar uma entrevista com um médico no feriado, por exemplo. Repartições públicas então, nem se fala. E o comércio? O calçadão vira um “breu”. Economistas, professores, empresários, entre outros, aproveitam a folga para viajar. Aí é difícil.

A verdade é que se não fossem as matérias temáticas, a vida dos meios de comunicação ficaria complicada em feriados prolongados. No caso de TV, é ainda pior. O telespectador quer ver imagens e televisão não funciona sem elas. Diferente dos repórteres de jornais impressos, os profissionais do vídeo não conseguem fechar uma matéria por telefone. É fundamental que tenha algum entrevistado para falar, do contrário, não tem VT, concorda?

Os produtores ficam de cabelo em pé em épocas festivas. As pessoas normais viajam, acordam tarde, coçam o dedão do pé... Já os jornalistas, entram cedo, saem tarde, passam raiva e imploram uma entrevista. Faça chuva ou faça sol, seja dia normal ou não, o telejornal tem que estar pontualmente no ar e os jornais precisam abastecer as bancas. O corre-corre é o de sempre.

Mas o que importa tudo isso? Fazer o que gosta não tem preço. Quando se é jornalista, é preciso aprender a não sentir falta de feriados ou finais de semana. O dia de folga é uma alegria, mas acaba sendo momentânea... Em certas horas do dia, o bitolado do jornalista se pega lembrando da rotina de redação. Ou então, se ele não está na balada, está na internet à procura de pautas. É sempre assim. Apesar de todas as dificuldades dos plantões de feriado, são nesses dias que a gente mais se diverte. O jeito é registrar tudo com uma máquina fotográfica.

Cada um se distrai como pode. Quem é jornalista encontra dentro da redação motivos de sobra para dar risadas. São nesses dias também que a gente come que nem porco. Tem sempre um que se habilita a ir buscar um salgado, um refrigerante ou uma bolacha. Entre uma brincadeira e outra, mão no telefone para tentar mais uma entrevista. Atenção na hora de escrever o OFF ou a matéria do jornal.

Não me chamem de esquisito, mas hoje, não queria ir embora da redação da TV. Depois da correria que foi de manhã, a tarde, quando cheguei para escrever meu texto, encontrei a turma reunida, com um sorriso contagiante. É engraçado, mas a gente faz a festa. Não sei qual é o mistério que ronda o jornalismo, mas que trabalhar no feriado tem lá as suas vantagens, isso é verdade!

Obs.: Essas fotos foram feitas durante o Plantão de carnaval na TV. Melhor do que trabalhar no feriadão, é ser beijado por duas mulheres de uma só vez! Tô podendo... rs

6 comentários:

Cláudio Henrique disse...

Um ambiente irreverente ajuda a encarar as amarras da profissão. Um abraço meu amigo. Seu blog é top.

Unknown disse...

Lucas.. o prazer de trabalhar é redobrado, quando temos a companhia de pessoas amigas e agradáveis para compartilhar estes momentos de trabalho. O bom jornalista, como você o é, faz de sua "rotina diária" uma missão para bem informar e dividir o prazer em exercer a profissão. Estou assistindo "vocês" pela internet e fico feliz em ver com que prazer você está fazendo o seu trabalho. Um grande abraço a todos os amigos do SBT Interior. Tenho saudades dessa "rotina" boa... heheheh Sucesso sempre e que Deus os abençoe....

Lucas Matheus disse...

Cláudio, vc tem razão! O ambiente conta muito na nossa profissão. Espero você mais vezes por aqui!

Lucas Matheus disse...

Teixeira, que surpresa boa encontrar um comentário seu aqui no blog. As pessoas com quem trabalhamos, realmente, conta muito para que o nosso serviço seja sempre melhor. Obrigado pelos elogios e pela visita a este espaço. Espero que volte mais vezes. Continue acompanhando a gente daí... Sucesso sempre! Abraço.

Lu Zani disse...

Pois é, meu caro. Quem nasceu "para a coisa" não tem como fugir da raia. Mesmo sabendo que o mundo viaja e se diverte enquanto estamos na labuta, nossa profissão tem n benefícios, entre eles, aprender um pouquinho mais sobre variados assuntos (desde a idade certa para que as crianças comecem a usar o peniquinho e até que infartos atingem mais a população nas segundas-feiras). Além disso, ainda temos a possibilidade de criar e mostrar um mesmo assunto com viés totalmente diferentes.
Sem contar que tem o aspecto de poder praticar e motivar a assistência social.
Em suma, ser jornalista não é questão de status (como muita gente pensa), mas sim de amor ao próximo.

Thiago Vasconcelos disse...

Com certeza trabalhar no feriado onde trabalhamos é muito bom...diversão na certa! Infelizmente estava de folga...e podem me chamar de esquisito..mas senti falta de estar na redação com toda essa galeraa!
Lucas, seu texto passa esse gosto que você tem pela produção e também por trabalhar nos feriados...rsrs
Estou sempre acompanhando manoo...
parabéns aii!
Abraço!