Governador Geraldo Alckmin, durante coletiva de imprensa |
Um dos jornalistas questionou o governador sobre a onda de ataques
a policiais à paisana em São Paulo. Outro, aproveitou a oportunidade para perguntar
sobre o reajuste nas tarifas de pedágio das rodovias paulistas. Alckmin respondeu
a todos os questionamentos.
Foi nesta hora que um dos políticos presentes se virou a um colega
que estava ao lado e cochichou: “Jornalista só gosta de informação negativa,
né?”. Fui capaz de fazer uma leitura labial. Fiquei com aquilo na cabeça.
Existem pessoas que insistem na ideia de que os profissionais da imprensa são
como urubu na carniça. E isso não é verdade.
O jornalista trabalha pela sociedade. É ele quem faz as perguntas
que o povo gostaria de fazer. Quer dizer que falar de pedágios é gostar de dar
informação negativa? Falar dos buracos na rua é, então, querer detonar o
prefeito? A onda de violência em São Paulo deveria ser ignorada pelos
repórteres? Nenhum jornal, rádio ou televisão deveria repercutir o tema?
Não. Está errado! A notícia acontece e, nós, da imprensa, somos os
porta-vozes. Que me desculpem alguns políticos, mas os jornalistas representam
a população de forma mais intensa do que eles. Questionar o governador sobre os
pedágios é colaborar com os motoristas que vão ter que pagar a tarifa. Falar
sobre violência é alertar as autoridades de que as pessoas andam com medo e
estão se tornando reféns da criminalidade. Repercutir os problemas causados
pelos buracos nas ruas é chamar a atenção dos governantes para uma situação que
não pode permanecer como está. Enfim, a imprensa só incomoda os que não cumprem
o seu papel.
Se no jornal ou na TV muitas notícias são ruins, é porque elas
acontecem e o papel do jornalista é mostrá-las. Apenas isso. A imprensa já
mostrou muitos acontecimentos positivos. A inauguração das novas alas do
Hospital de Câncer de Barretos, hoje, em Jales, é um deles. Muitos pacientes
serão beneficiados e ficarão menos tempo na fila de espera.
A duplicação da rodovia Euclides da Cunha também é uma notícia importante
e que está sendo divulgada. O número de mortes e acidentes deve diminuir quando
a obra estiver totalmente finalizada. Então, dizer que jornalista gosta apenas
de informação negativa, me parece um desrespeito com o trabalho da imprensa.
Como em qualquer lugar no mercado de trabalho, existem bons e maus
profissionais. Mas não se pode generalizar. O jornalismo é prestação de
serviços, utilidade pública, informação e credibilidade. Se jornalista só gosta
de informação negativa, e os políticos, gostam de quê, hein? Deixa pra lá.
7 comentários:
Olha meu amigo, eu só posso concordar com você, a frase dita é um absurdo!
Esse político, com certeza não sabe qual é a função de um jornalista, ai acaba falando besteira mesmo!
Como você bem disse Lucas, nós trabalhamos pela sociedade, e precisamos questionar autoridades sobre o que tem acontecido nos últimos dias. Somente assim as pessoas vão conseguir aquela informação que precisam.
Agora, não teria melhor frase para você terminar seu texto...
"Se jornalista só gosta de informação negativa, e os políticos, gostam de quê, hein? Deixa pra lá."
É melhor a gente deixar pra lá mesmo.
Parabéns mais uma vez pelo conteúdo do Blog, é muito bom!
Forte Abraço!
Não poderia ter descrito melhor o porquê da origem desse tipo de comentário, em se tratando do trabalho da imprensa. Se o problema existe e atinge a sociedade, a voz do povo (a imprensa) deve mostrar sim e chamar a atenção das autoridades. O engraçado é que a solução da maioria desses problemas só acontece quando uma reportagem é feita. Nem vou me prolongar no comentário, pois o texto relatou claramente tudo. E é bem isso que você destacou; só se lembram das "coisas ruins" que mostramos, as boas (que não ferem egos e nem cobram posicionamentos firmes e honestos) acabam ficando nulas. É a defesa pura e exclusivamente individualista de pessoas que devem trabalhar para a sociedade, mas, pensam somente em si mesmas e em seus interesses financeiros e políticos.
Bjus
Thiago e Simone: muito obrigado pela visita e pelo comentário de vocês. Voltem sempre! Abraços.
A função do Quarto Poder é vigiar, cobrar, acompanhar, representar. Quem não consegue entender um axioma tão simples quanto esse, é porque está tomada pela ignorância.
E se, há realmente programas "jornalísticos" cujo conteúdo é formado apenas por fatos negativos, entramos na famosa propagando clichê; "Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho por que vende mais?"
A audiência dita o que é veiculado nas telas das nossas TVs em infelizmente, nem sempre são assuntos que possam agredar algo positivo.
Quem sabe um dia a Educação é levada mais a sério e, consequentementem o senso crítica dos telespectadores melhora?!
Que belo texto Lucas.
Já sou fã assídua do seu blog..
Parabéns!;)
Obrigado pela visita e pelo carinho, Lu e Mah Jhoy'n. Voltem sempre! Abração.
Olá Lucas!
Muito infeliz o comentário desse político. Realmente os jornalista são as vozes do povo no cotidiano nas suas diversas indagações. É a única forma das pessoas mostrarem sua indignação quando algum problema atinge a sociedade. Porém, infelizmente muitos jornalistas esqueceram da sua função social e acabam atuando como agentes alienadores do que um jornalista crítico que há muito tempo se perdeu. Gostaria de ver mais sua opinião crítica sobre os infinitos problemas que nossa sociedade brasileira passa, como a questão agraria, coronelismo nas pequenas cidades, liberdades religiosas, corrupção, entre outros.
Atenciosamente seus amigos internautas.
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