Fala, povo?

Não é exagero. Basta uma câmera ligada e um microfone com o símbolo da TV para espantar quem estiver por perto. O “Fala Povo”, usado para saber a opinião das pessoas sobre determinado assunto, é muito comum em reportagens do dia a dia. Aqui em Araçatuba o calçadão e o terminal rodoviário são os pontos de maior movimentação.

O problema é quando o povo decide não falar. O repórter chega como quem não quer nada e diz:

E quando o "Fala Povo" não fala?

- Olá, minha senhora, boa tar...

E já é logo interrompido:

- Não, não, moço, estou com pressa!

TOIM!

E lá vai o repórter para outra tentativa. Ele diz ao cinegrafista:

- Olha lá, liga a câmera. Aquele senhor tem cara de que vai falar com a gente.

- Oi, senhor, tudo bem? Tem um minutinho?

- Não, estou atrasado!

TOIM outra vez!

Desistir está fora de cogitação. Então o repórter vê aquele grupinho de pessoas vindo lááá longe. Ele, que não é bobo nem nada, espera o tempo certo para começar a se aproximar. Mas logo percebe que não adiantou. Como num passe de mágica, aquele monte de gente some. Vai cada um para um lado (menos pro lado onde está a câmera).

Ok! Ai como se não bastasse, de vez em quando, aparecem uns engraçadinhos que gritam: “Filma eu!”. Mas na hora de dar entrevista, correm.  Tem também aquelas pessoas que só respondem o básico da pergunta: “sim”, “não”, “é”, “aham” e “uhum”. Outras, só mexem o rosto pra dizer sim ou não.

- Oi moça, boa tarde – diz o repórter.

E a moça passa reto, nem dá bola...

Fazer “Fala Povo” demora. Apesar de o nome ser este, não é tão fácil fazer o povo falar. Só que são justamente nessas abordagens que a gente consegue as melhores respostas. As mais espontâneas. Aquelas que vão deixar o VT redondinho e, as vezes, muito engraçado. Uma hora a gente consegue. Espero ver você no calçadão qualquer dia desses... Ah, e, por favor, não fuja de mim, ok?